O que é imunossenescência e como envelhecer com saúde?

A imunossenescência refere-se ao declínio gradual da imunidade com o avançar da idade, tornando o corpo mais vulnerável a infecções, doenças crônicas e câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo deve saltar de 703 milhões, em 2019, para 1,5 bilhão até 2050, tornando urgente o debate sobre saúde na 3ª idade.
Pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) mostram que idosos saudáveis podem apresentar um decréscimo de 10% a 15% na contagem total de linfócitos, células essenciais no combate a infecções. Além disso, o envelhecimento do sistema imune está associado ao aumento de marcadores inflamatórios como a interleucina-6 (IL-6), caracterizando o chamado inflamm-aging, que contribui para doenças cardiovasculares, câncer, demência e fragilidade.
O impacto mais notável da imunossenescência é o aumento da suscetibilidade a infecções. Segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2023, mais de 65% dos óbitos por Influenza no Brasil ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais e 54,9% das hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas por Influenza foram nessa faixa etária. A pneumonia é especialmente preocupante, representando de 30% a 40% das hospitalizações em idosos.
Outro ponto crítico é a redução da eficácia vacinal. Estudos realizados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA apontam que a resposta imune às vacinas pode ser até 50% menor em idosos em comparação a adultos jovens. Isso reforça a importância de estratégias complementares para proteção da saúde.
Apesar de ser um processo natural, é possível adotar medidas para fortalecer o sistema imunológico e envelhecer com mais saúde. As principais estratégias, segundo o Ministério da Saúde, OMS e universidades são estes 4 pilares:
Primeiro: Alimentação equilibrada
Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras fornece nutrientes essenciais para o sistema imunológico. A deficiência de vitamina D é prevalente em idosos, com média de 61,1% segundo pesquisa realizada pela UFRGS. Além disso, é constatado que os idosos têm ingestão inadequada de vitamina do complexo B e zinco.
Segundo: Vacinação
Manter o calendário vacinal atualizado é fundamental. O Ministério da Saúde recomenda vacinas para gripe, pneumocócica, herpes zóster, hepatite B e dT (difteria e tétano). Em 2024, a cobertura vacinal contra Influenza para grupos prioritários, incluindo idosos, atingiu apenas 53%, segundo o Butantan. Mesmo com resposta imune reduzida, a vacinação diminuiu hospitalizações e óbitos.
Terceiro: Atividade física regular
A prática regular de exercícios físicos reduz a mortalidade por todas as causas, melhora a funcionalidade e diminui o risco de quedas. A OMS recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada por semana para idosos. Estudos mostram que idosos ativos têm até 40% menos risco de desenvolver doenças crônicas e infecções (UFRGS).
Quarto: Saúde mental
O bem-estar emocional é fundamental para a imunidade. O estresse crônico pode aumentar os níveis de cortisol e acelerar o envelhecimento celular. Segundo a OMS o número de idosos diagnosticados com algum transtorno psíquico, especialmente depressão e ansiedade é de 15%. Manter uma vida social ativa, cultivar hobbies e buscar apoio psicológico são atitudes que fortalecem as defesas do organismo.
Valorizar o cuidado integral ao idoso é essencial para um envelhecimento saudável.
Fonte: Site/Blog da Cabergs